EXPERIMENTO 1 - QUADRO VIVO
Na nossa primeira etapa colocamos em prática um experimento chamado QUADRO VIVO.
Antes, é preciso dizer que o conto que lemos como referência foi MULHERES AZUIS, de Adelice Souza. As discussões a partir da leitura do conto rederam uma análise sobre espaços de convivências, sobre pertencimento.
Depois falamos sobre o processo criativo que usa uma imagem (quadro, desenho, fotografia) como inspiração para desenvolver uma narrativa.
Nesse experimento deve-se pegar uma imagem inspirada no conto MULHERES AZUIS e desenvolver uma história, sendo a "cena" dessa imagem deve estar narrada no conto.
O uso de quadros e outras obras de artes como inspiração não é uma novidade. No cinema temos diversos exemplos dessa forma, como vemos nesses exemplos abaixo.
Reprodução: “Norma” por Kara Walker
Incógnita.
Incógnita era tudo o que lhe restava nas faces. Ali, nem feio, nem belo eram adjetivos possíveis
e o crível extinguiu-se para sempre. Fosse o desconforto e a ausência de saberes o menor dos
males, é que a impossibilidade de classificar o que via estendido à sua frente movimentava-lhe
os músculos da face enrijecendo-os por inteiro num esforço miúdo, massivo e minucioso,
franzindo-lhe o cenho de modo legível. O que vira? O que aquilo significava?
Atrás de si, a mata pintava um torpe cenário: as sombras rodopiavam em vórtice a ofuscar o céu
opaco, por pouco, translúcido. Ela ainda estava ali com feições frias e distantes, mas nunca
adormecidas (isso não!). Os olhos estreitos capturavam a cena emoldurada pelo horizonte
(aquilo que vira e não sabia dizer o que era), o negro rosto sem sorrisos de lábios semiabertos
sustentava-se ao corpo, nem forte, nem fraco (também ela não sabia dizer o que era).
Uma pausa. Está feito o registro. O que vira? Um par de olhos, avistados ao longe.
Um par de olhos, pernas, braços, mãos... Era todo ela, mas não era. Então, o que vira?
Um par de olhos de homem.
Todos os textos estão disponíveis e podem ser acessados no link abaixo:
O conto Mulheres Azuis de Adelice Souza está publicado na coletânea Autores Baianos: Um Panorama - organizado pela Funceb e publicado pela Editora P55, disponível nesse link:
Não me percebia capaz de produzir um texto. Foi uma descoberta pessoal de uma capacidade de escrever e da quantidade de ideias que foram surgindo em minha mente. Poderia escrever muitos outros textos mais.
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